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Isso aconteceu há algum tempo. Ele tinha mais ou menos uns trinta e cinco anos e eu o conhecia muito pouco. Encontrei-o pela primeira vez na casa de amigos comuns em uma reunião de oração, soube que ele freqüentava os Alcoólicos Anônimos e um dia, enquanto conversávamos, disse-me:

- Durante muito tempo eu me destruía na tentativa de viver a vida ao máximo. Eu sempre queria mais e nessa busca frenética eu me perdia de mim mesmo. Perdia minha dignidade, o amor próprio e o motivo de toda procura. Eu me achava um cão sem direito a nada. Nem mesmo a Deus.

Fiquei surpreso e no primeiro momento desatei a falar sem pensar, interrompendo sua partilha. Discursei conceitos sobre Deus, o Amor e o homem. Citei a Bíblia, os evangelhos, parábolas e santos, enquanto ele permanecia me olhando com um sorriso meio sem graça nos lábios. O silêncio dele foi tanto que me calei também, cansado de mim mesmo. Mais tarde, voltando para casa de ônibus, enquanto eu pensava em nossa conversa e em suas palavras, me dei conta que não havia feito uma experiência de compaixão com ele. Não havia me posto em seu lugar, não me permiti participar das suas dores, seus sofrimentos e desamores. Ouvi, mas não senti seu desabafo e saí despejando, sem muito cuidado, minha catequese de algibeira. Lembrei-me do Cristo sempre tão acolhedor com os que sofrem: "Vai, teus pecados estão perdoados", "Onde estão os que te condenam? Nem eu te condeno também", "Que queres que eu te faça?". Lembrei-me do seu olhar para Pedro diante da negação, e sobre este olhar poderiam ser escritos centenas de livros. Em minha mente vi Jesus comovido com a dor de Marta e Maria diante da morte de Lázaro. Faltou alguma coisa em mim com aquele jovem e eu sabia o quê. Faltaram-me cuidado, carinho e amor. Não havia nada de errado com minhas palavras, mas fiquei ansioso demais por dizer e não me preocupei em ouvir. Ouvir com generosidade. Falei de amor, mas esqueci de escutar com amor. Faltou-me a catequese da Caridade.

Muitas vezes nós nos esquecemos que não somos os donos da Verdade. Bem intencionados, nos enganamos e esquecemos que fomos criados para amar, e o Amor não é uma verdade a ser dita, mas que quer ser vivida em todos os momentos, por mais simples que pareçam. Nós nos esquecemos de que apenas somos "nós" para nós mesmos, mas que somos o "outro" para todo o resto da humanidade.

 

Augusto Cezar - DOM
tioguto@ig.com.br
Rio de Janeiro-RJ
  
  
 

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